Wednesday 22 September 2010

UM DIA DE CÃO

1° COLETA
Hoje fomos ao hospital para fazer os exames de dexametasona a baixa dosagem. São necessárias três coletas com diferença de 4h entre cada uma. O objetivo do exame é medir os niveis de cortisol do paciente.
Primeiro fizemos um ultrassom para ver os rins, a adrenal, o fígado, etc. Foi uma tristeza! Minha filhinha não queria ficar de barriga pra cima, ficou super nervosa, chorou... e eu também nervosa, sem saber o que fazer. Até que finalmente acabou. Descansamos um pouco, enquanto preparavam o láudo e seguimos para a primeira coleta. Não foi tão difícil como ontem, mas mesmo assim, foi horrível de ver aquela agulha pra lá e pra cá até encontrar a veia jugular...fez até um calombinho, na hora. Depois aplicaram a dexametasona na veia da pata e disseram que a próxima coleta será feita as 13:40. Espero que não seja tão difícil...

2°COLETA
Voltamos à tarde para a segunda coleta. Quando chegueilogo perguntei se ela iria mesmo ter que ficar em jejum até a última coleta às 17:40. A resposta foi afirmativa. Eu parecia que ia me despedaçar de tanta pena da minha filha. Eu queria mil vezes tomar 300 furadas no pescoço pra não vê-la tomar aquelas três... Mas não tem jeito.
A coleta até que foi bem rápida, mas não deixou de ser doloroso de ver.
Quando já estávamos de saída a veternária que tinha atendido ela ontem vinha chegando. Eu fiz questão de perguntar de novo sobre o jejum... YATTA!!! Ela explicou que por esse laboratório que nós vamos enviar o exame ser o melhor e usra uma técnica diferente ela poderia sim comer. Resultado, quando chegamos em casa ela detonou um pratão de comida! Depois de tanta furada eu até achei que ia sair comida pelo pescoço dela...rsrsrs =p

3°COLETA
Última sessão de tortura. Novamente a coleta foi rápida... O que demorou foi pra preparar tudo para poder enviar para o laboratório. Também tive resultados da ultrassom e do hemograma para o qual coletamos o sangue ontem. As notícias não foram tão boas...o fígado está aumentando, ela tem esteatose hepática. As plaquetas estão bem altas, com risco de fazer tromboembolia, e as fosfatases também estão altas.
Encontrei com meu professor por lá e ele achou engraçado tirar uma onda perguntando se eu ia sacrificar a cachorra. Você imagine a risada que ele deu quando viu minha cara de "NUUUUUUUUUUNCAAAAAAAAAA"!!!
No resumo da obra, minha cadelinha é um anjo, um doce de cachorro. Ter de aturar isso sem saber o porque e sem ressentimentos (comigo, né? já co os veterinários...) não deve ser nada fácil.
Para finalizar a história, acabei de achar um carrapato que ela deve ter pego no hospital. Já disse que se ela me aparecer com herliquiose(bate na madeira) eu é que vou me eutanasiar (aff o.o)!!

Agora é enviar o sangue pra esse laboratório e aguradar o resultado. Espero que dê tudo certo.

Tuesday 21 September 2010

Hiperadrenocorticismo (Síndrome de Cushing)

Sei que ainda sou estudante, mas acho que já posso considerar que minha cadelinha é CRMV POSITIVO. A bem da verdade é que isso significa que bicho de veterinário só tem problema grave ¬¬

Depois de anos e anos em busca de um diagnóstico para um problema de pele crônico da minha cadelinha, com diagnósticos do tipo sarna, transtorno psicogênico e alergia; passagem por quase todos os veterinários da cidade e tomando todos os remédios e corticoides do mundo... finalmente, chegamos a um diagnóstico.
Na realidade, decidi levála ao hospital veterinario da cidade para ver um tumor na sua mama que estava crescendo ultimamente, e parecia bem inflamado. Acabei levando para uma veterinária que já admirava desde que tinha assistido às suas palestras sobre oncologia. Ao chegarmos lá a veterinária logo percebeu que a minha cadelinha tinha um conjunto de problemas que no fim das contas estavam intimamente ligados. Depois de uma anamnese criteriosa e um exame clínico geral bem caprichado, ela levantou sua suspeita de que minha filha tem Hiperadrenocorticismo ou Síndrome de Cushing.Curiosa como e sou, e com a recomendação da veterinária, fiz logo uma pesquisa online:

O que é hiperadrenocorticismo ou Síndrome de Cushing?

O hiperadrenocorticismo (HAC) ou Síndrome de Cushing é uma endocrinopatia comumente diagnostica em cães de meia idade e idosos. Caracteriza-se por uma série de alterações clínicas e laboratoriais decorrentes da produção excessiva do cortisol (hormônio sintetizado pelo córtex adrenal), com exceção do HAC iatrogênico, o qual é resultante da administração crônica de glicocorticóides.

Quais são as formas comuns de hiperadrenocorticismo?

Existem duas formas comuns de hiperadrenocorticismo:

• Hiperadrenocorticismo hipófise-dependente - forma mais comum da doença. Ocorre como resultado do crescimento de um tumor na glândula hipófise. Esse tumor produz quantidade excessiva do hormônio ACTH, o qual é responsável pelo controle da secreção de cortisol. Quanto maior for a produção de ACTH, maior será a produção de cortisol.

• Hiperadrenocorticismo adrenal-dependente - essa forma da doença ocorre quando um tumor produzindo grande quantidade de cortisol se desenvolve em uma das glândulas adrenais, podendo raramente afetar ambas.

Esses tumores são responsáveis pela liberação excessiva do cortisol na corrente sanguínea do cão, e com o tempo, os sinais clínicos do hiperadrenocorticismo se tornarão mais e mais perceptíveis.

Como saber se meu cão é portador de hiperadrenocorticismo?

O HAC é frequentemente visto em cães idosos. Cães de raças pequenas possuem maior predisposição para desenvolver a doença. Sintomas do hiperadrenocorticismo são similares aos sintomas de outras doenças, fato este que pode dificultar o diagnóstico. Os sintomas mais comuns a serem indentificados incluem:

• Polidipsia (aumento na ingestão de água)
• Poliúria (aumento na freqüência urinária) e possível incontinência
• Polifagia (apetite exacerbado)
• Abdôme pendular
• Pele fina
• Rarefação pilosa (queda de pêlo)
• Dermatopatias recorrentes (doenças de pele recidivantes)
• Atrofia muscular
• Letargia (prostração)
• Hiperpigmentação da pele (pele escura)

Seu cão não necessariamente precisa apresentar todos esses sintomas. No entanto, se você identificou algum desses sintomas, você deve consultar um médico veterinário imediatamente. Caso ele julgue necessário, poderá encaminhar o paciente para uma consulta com um médico veterinário especializado em endocrinologia e metabologia veterinária.


PARA TUDOOOOO!!!!


Tive que olha pra esta lista de sintomas e fazer um check-list pra ver se ela tinha algum deles. Claro que esta parada para observação foi mais metafórica, porque estava na cara que a cadela tinha absolutamente T-O-D-O-S os sintomas. Eu disse TODOS!? Tem até mais do que tá nessa listinha pequena aí.


Como é o tratamento do hiperadrenocorticismo?

Atualmente o HAC pode ser tratado cirurgicamente (hipofisectomia ou adrenalectomia) ou com a administração de medicações. Nota-se que, todos os tratamentos têm como objetivo reduzir a secreção de cortisol. No Brasil, o mitotano (Lysodren®, medicamento de uso humano) ainda é frequentemente utilizado para o tratamento de cães portadores de HAC. O mitotano é um quimioterápico que promove necrose (destruição) ou atrofia da glândula adrenal. O uso do mitotano requer atenção especial uma vez que pode causar muitos efeitos colaterais, tais como irritação gástrica, vômitos, diarréia, ataxia, letargia, anorexia, hipoadrenocorticismo iatrogênico, além de morte súbita do paciente.

O trilostano (Vetoryl®, medicamento de uso veterinário) tem como efeito final a inibição da produção de cortisol. Estudos científicos demonstraram que o trilostano é altamente eficaz no controle dos sinais clínicos do HAC canino por períodos prolongados. No Reino Unido, o trilostano é o único fármaco autorizado para o tratamento do HAC canino e por consequência, é utilizado como tratamento de eleição. Recentemente, em dezembro de 2008, o trilostano obteve aprovação pelo U. S. Food and Drug Administration (FDA).



ENTÃO... uma caixinha desse bendito aí custa só uns 250 dolares e dá pra um mês


A paciente Nicole, canina, fêmea, Yorkshire, 9 anos (mesma raça e mesma idade da minha filha) é portadora de hiperadrenocorticismo. O tratamento com mitotano foi introduzido inicialmente, porém ela apresentou vários efeitos colaterais. Após ser atendida pela Endocrinovet, foi iniciado o tratamento com o trilostano (Vetoryl®). Decorridos aproximadamente 12 meses de tratamento, a paciente não apresenta nenhum dos sintomas da doença e possui ótimo estado geral.


Parece até outro cachorro. Tomara que não seja o.o

Amanhã vou passar a manhã toda com minha filha, Luma, no hospital para realizar os exames que serão enviados para um laboratório de endocrinologia veterinária no Rio de Janeiro. Esperamos que ela fique boa dessa vez.


Fonte: ENDOCRINOVET

Sunday 19 September 2010

POR QUE NÃO VÃO CUIDAR DE CRIANÇAS?


Trago este texto na íntegra, porque muito me agradou!!


Resposta à pergunta de algumas pessoas, por Francisco José Papi:

Questão interessante. Vamos ver se essa eu consigo responder de modo didático.


1) Quem faz esta pergunta admite que existem dois tipos de pessoas no mundo: As Pessoas Que Ajudam e as Pessoas Que Não Ajudam.


Além disso, admite também que faz parte das Pessoas Que Não Ajudam, afinal, do contrário, diria "Por que não me ajudam a defender as crianças com fome?", ou "Venham defender comigo as crianças com fome!", ou "Não, obrigada, vou defender as crianças com fome".


Então ela se coloca claramente através de sua escolha de palavras como uma Pessoa Que Não Ajuda.

É curioso a Pessoa Que Não Ajuda, não faz nenhum esforço para ajudar, mas, sim, para tentar dirigir as ações das Pessoas Que Ajudam. É bastante interessante. Se eu fosse até sua casa organizar sua vida financeira sob a alegação de que eu sei muito mais sobre administração familiar eu estaria interferindo, mas ela se sente no direito de interferir nas ações que uma pessoa resolve tomar para aliviar os problemas que ela encontra ao seu redor.

É uma Pessoa Que Não Ajuda, mas ainda assim quer decidir quem merece ajuda das pessoas Que Ajudam e o nome disso é "prepotência".


2) Pessoas Que Ajudam nunca vão ajudar as "crianças com fome". Nem tampouco os "velhos", os "doentes" ou os "despossuídos". E sabe por que?

Porque "crianças com fome" ou "velhos" ou qualquer outro destes é abstrato demais. Não têm face, não são ninguém. São figuras de retóricas de quem gosta de comentar sobre o estado do mundo atual enquanto beberica seu uisquezinho no conforto de sua casa.

Pessoas Que Ajudam agem em cima do que existe, do que elas podem ver, do que lhes chama atenção naquele momento. Elas não ajudam "os velhos", elas ajudam "os velhos do asilo X com 50,00 reais por mês".

Elas não ajudam "as crianças com fome", elas ajudam "as crianças do orfanato Y com a conta do supermercado".

Elas não ajudam "os doentes", elas ajudam o "Instituto da Doença Z com uma tarde por semana contando histórias aos pacientes".

Pessoas Que Ajudam não ficam esperando esses seres vagos e difusos como as "crianças com fome" baterem na porta da sua casa e perguntar se elas podem lhe ajudar.

Pessoas Que Ajudam vão atrás de questões muito mais pontuais.

Pessoas Que Ajudam cobram das autoridades punição contra quem maltrata uma cadela indefesa sem motivo.

Pessoas Que Ajudam dão auxílio a um pai de família que perdeu o emprego e não tem como sustentar seus filhos por um tempo.

Pessoas Que Ajudam tiram satisfação de quem persegue uma velhinha no meio da rua.

Pessoas Que Ajudam dão aulas de graça para crianças de um bairro pobre.

Pessoas Que Ajudam levantam fundos para que alguém com uma doença rara possa ir se tratar no exterior.

Pessoas Que Ajudam não fogem da raia quando vêem QUALQUER COISA onde elas possam ser úteis. Quem se preocupa com algo tão difuso e sem cara como as "crianças com fome" são as Pessoas Que Não Ajudam.


3) Pessoas Que Ajudam são incrivelmente multitarefa, ao contrário da preocupação que as Pessoas Que Não Ajudam manifestam a seu respeito. (Preocupação até justificada porque, afinal, quem nunca faz nada realmente deve achar que é muito difícil fazer alguma coisa, quanto mais várias).

O fato de uma pessoa Que Ajuda se preocupar com a punição de quem burlou a lei e torturou inutilmente um animal não significa que ela forçosamente comeu o cérebro de criancinhas no café da manhã. Não existe uma disputa de facções entre Pessoas Que Ajudam, tipo "humanos versus animais".

Geralmente as Pessoas Que Ajudam, até por estarem em menor número, ajudam várias causas ao mesmo tempo. Elas vão onde precisam estar, portanto muitas das Pessoas Que Ajudam que acham importante fazer valer a lei no caso de maus-tratos a um animal são pessoas que ao mesmo tempo doam sangue, fazem trabalho voluntário, levantam fundos, são gentis com os menos privilegiados e batalham por condições melhores de vida para aqueles que não conseguem fazê-lo sozinhos.

Talvez você não saiba porque, afinal, as Pessoas Que Ajudam não saem alardeando por aí quando precisam de assinaturas para dobrar a pena para quem comete atrocidades contra animais, que estão fazendo todas estas outras coisas, quase que diariamente. E acho que é por isso que você pensa que se elas estão lutando por uma causa que você "não curte", elas não estão fazendo outras pequenas ou grandes ações para os diversos outros problemas que elas vêem no mundo. Elas estão, sim. E se fazem ouvir como podem, porque sempre tem uma Pessoa Que Não Ajuda no meio para dar pitaco.

Então, como dizia meu avô, "muito ajuda quem não atrapalha". Porque a gente já tem muito trabalho ajudando pessoas e animais que precisam (algumas até poderiam ser chamadas tecnicamente de "crianças com fome", se assim preferem os que não ajudam).

(este texto pode e deve ser reproduzido) Escrito em 13.04.2005.


O Halem Guerra do Ecosul complementa:

Esta pergunta é típica de quem não faz nada por ninguém nem por causa alguma.

Como dizia o Barão de Itararé, “de onde menos se espera é que não sai nada mesmo”.

Thursday 9 September 2010

FELIZ DIA DO MÉDICO VETERINÁRIO!



É, hoje é o dia do médico veterinário. Porque, como vocês podem ver, eles ainda precisam de nós... Piadinha com fundo de verdade, né xD
E para combinar com este dia, minha cadelinha está aqui no meu colo, me atrapalhando a digitar. Mas eu não resisto àquelas duas bolinhas de gude que são seus olhos pidões!

Eu ainda sou principiante nessa história de médico veterinário. Às vezes, eu ainda me surpreendo quando me lembro que já estou na faculdade. Mas eu já vi algumas coisas no pouco tempo que estagiei numa clínica aqui, ainda no primeiro período; conheci diversos veterinários incríveis, assisti às suas palestras, questionei-os e me encantei; até conheci o Dr.Paulo Iamaguti, lenda viva da ortopedia veterinária; e na faculdade começo a me interessar cada vez mais. Tenho certeza de que escolhi o caminho certo para mim!

Tudo isso só significa que eu ainda tenho um imenso e infindável caminho a trilhar. Espero fazê-lo com primazia para honrar a minha profissão de Médica Veterinária!!!
Agora devo voltar aos estudos, pois tenho prova de Embriologia amanhã... Afinal, nem tudo na medicina veterinária são flores, né? Tem coisa que é esterco o.o

FELIZ DIA DO MÉDICO VETERINÁRIO!